quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Aceita um cafezinho?



 
 

Acredita-se que o hábito de tomar café surgiu na Etiópia. Primeiro, eles começaram a mascar a fruta e, só mais tarde, a preparar a infusão. Há um documento na Arábia, datado de 1000 a.C., descrevendo as qualidades científicas do grão de café e de uma bebida típica da Etiópia, chamada de bucham. É bem provável tratar-se do café. Nesta descrição, o bucham recebe os atributos de possuir um excelente aroma e de ser benéfica para o estômago, pele e pernas. Há quem acredite que o café já era tomado na época de Homero e era bebida em Tróia. Atribui-se a esta bebida, o presente levado por Helena de Esparta para Tróia.
Outra versão da origem do café (como bebida) aconteceu em 1250, quando o xeique Omar, durante seu exílio em Moca, fartou-se de mastigar os grãos crus de café colhidos de plantas em estado selvagem nesta região e decidiu fazer uma infusão com eles, criando assim a primeira bebida com os grãos de café. O interessante desta história é que diversas curas aconteceram ao ser oferecida a infusão de café aos enfermos, inclusive para a filha do rei de Moca, fazendo o xeique Omar voltar triunfante à sua terra natal.
A história mais famosa sobre a origem do hábito de tomar café é de 1.400 d.C. e cabe a um pastor de cabras no Egito, conhecido pelo nome de Kaldi. Percebendo que os seus animais caminhavam mais rapidamente e ficavam mais espertos e resistentes depois de comerem grãos de café, o pastor tratou de pedir ajuda e explicação ao abade local. O religioso interessou-se pelo assunto e resolveu fazer uma experiência com os seus monges. Assim, preparou uma infusão e ofereceu no início da noite, antes das longas rezas. O abade se surpreendeu. Os monges não dormiram durante a reza e, ainda, ficaram despertos depois da mesma. Daí em diante, a infusão com grãos de café passou a ser uma rotina no monastério.
O processo de torrefação foi outro passo importante para a popularização do café no mundo, mas só foi desenvolvido no Séc. XIV quando a bebida adquiriu forma e gosto como conhecemos hoje. A etapa seguinte foi a produção comercial no Iêmen. Os pés de café foram cultivados ali  em terraços com irrigação facilitada pela água dos poços do local, o que permitiu que a região tivesse o controle sobre a produção em escala comercial. Foi assim que país manteve o monopólio de sua comercialização por um bom tempo.
Por apresentar sabor agradável e por ser estimulante, o café era o produto da moda digno de receber grandes investimentos. O crescente interesse pela bebida permitiu sua “globalização” e facilitou a intervenção cultural tanto nas formas de consumo quanto nas técnicas de plantio.
A tradição de “tomar um cafezinho” no mundo:
O hábito de tomar café como bebida prazerosa em caráter doméstico ou em recintos coletivos se popularizou a partir de 1450. Ele era muito comum entre os filósofos que, ao tomá-lo, permaneciam acordados para a prática de exercícios espirituais. Poucos anos depois, a Turquia foi responsável em difundir o “hábito do café”, transformando-o em ritual de sociabilidade. O país foi palco do primeiro café do mundo – o Kiva Han – por volta de 1475. Desde então, tomar café passou a ser “um rito” que se propagou mundo afora. Em 1574, os cafés do Cairo e de Meca eram locais procurados, sobretudo, por artistas e poetas.
Há muitas formas de se preparar e saborear um bom café e essas variações são, sobretudo, culturais. Alguns exemplos curiosos:




O café à moda turca é o café não filtrado. Esquenta-se a água junto com o pó de café e o açúcar e se coloca na xícara. Espera-se o pó de café se depositar no fundo para então tomá-lo. É a maneira típica de se tomar café na Grécia, Turquia e Oriente Médio.
 
 
 
O Kopi Joss é típico da Indonésia e surge do carvão vegetal flamejante adicionado ao café e ao açúcar em uma xícara de água quente.
 
 
Em países como a Sibéria, Turquia, Hungria, Etiópia e Eritréia, o café com sal é bastante comum há muito tempo. Agora está virando moda também no resto do mundo. Uma pitada de sal reduz o amargor e até mesmo acentua o gosto do café.
 
 
O queijo é mergulhado no café quente e depois consumido, já mais macio. Os hispânicos apreciam o Guarapo com queso, usando os tipos Gouda ou Edam. Já os suecos consomem o qeuijo finlandês Leipäjuusto no Kaffeost.


 
 
Considerado um dos mais caros do mundo (!), este café tailandês consiste na utilização dos grãos não digeridos e expelidos inteiros pelos elefantes. A proteína contida nos grãos, responsável pelo amargor do café é decomposta nesse processo, rendendo uma xícara de bebida muita rara e suave.
 

 
 
Para os marroquinos, a pimenta preta em grãos adicionada ao café é fundamental. A mistura pode ainda ser enriquecida com canela, noz moscada, cardamomo, cravo, gengibre ou outras especiarias.
 
 


O café com cascas de limão costuma agradar e parece ser muito consumido na Itália. A receita cítrica alivia enxaquecas além de adoçar o café mal torrado.
 
 
 
 
Principalmente americanos do Centro Oeste apreciam tomar um café com um ovo cru adicionado. A bebida pode conter somente a clara e a gema ou até mesmo a casca. Após a adição de água fervente, passa pela filtragem e se transforma em um café menos ácido e menos amargo. No Vietnã, o Ca Phe Trung leva gema de ovo, leite condensado e café fresco.
 
 
 
 
No sudoeste da Ásia é comum dissolver manteiga na xícara de café quente, o que proporciona um aroma agradável e uma textura encorpada. O Kopi Gu You pode ser encontrado em cafeterias típicas da região.
 
 
 
 
Outro café famoso e de preço astronômico é o Kopi Luwak, típico da Indonésia. Surge a partir dos excrementos do civeta, animal que se alimenta das cerejas do café e elimina os grãos inteiros e não digeridos. No Brasil, este processo é feito com uma ave chamada jacu.
 
 
 
 
 
 
 
Fontes das imagens e pesquisa: www.hypeness.com.br
                                                         www.cafetropicoffee.com.br
                                                         www.mexidodeideias.com.br


 
 
 
 
 
Por Aline Andra

 
 
 

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