sábado, 4 de maio de 2013

Viagem no tempo: história do perfume



 
 

 Nos tempos mais remotos, os homens invocavam os deuses por meio da fumaça com odor agradável exalada pela queima de madeira, ervas, especiarias e incensos. Foi nesse contexto que surgiu a palavra perfume, em latim perfumum, que significa “através da fumaça”.
A história do perfume percorreu a trajetória de muitas civilizações. Os aromáticos atingiram seu auge no Antigo Egito, com sua utilização nos rituais religiosos – eles acreditavam que, através da fumaça, seus pedidos e orações chegariam rapidamente aos deuses – e para uso cosmético e medicinal. Logo as pessoas perceberam que o perfume era um meio de proteger, aprimorar e embelezar o corpo, servindo como escudo contra doenças, provocando bem estar e aumentando o poder de sedução. Conta a lenda que Cleópatra conquistou  Marco Antônio e Júlio César, usando um perfume à base de óleos extraídos de flores.
Depois, os gregos, romanos e árabes deram continuidade a essas crenças e costumes. Ao longo das antigas rotas de comércio, as cidades festejavam a chegada das caravanas árabes que traziam perfumes e especiarias. O gosto dos romanos por incensos e aromas era famoso. No séc. III, o banho tornou-se um luxuoso cerimonial em Roma.
Foi na Índia e na Arábia que surgiram os primeiros mestres da perfumaria. Ali foi criada a água de colônia, obtida por maceração de pétalas de rosas. Eles também produziram elixires utilizando plantas e animais com propósitos cosméticos e terapêuticos. Experimentos alquímicos cujo objetivo era transformar qualquer metal em ouro levaram à descoberta do álcool concentrado, essencial na fabricação do perfume. O árabe Ibn Sina – ou Avicena (980-1037) – descreveu o funcionamento dos alambiques dos quais se extraía óleos de pétalas de flores.
 Ao mudar-se para a França a fim de se casar com o futuro rei Henrique II, a florentina Catarina de Médici (1519-1589) levou seu perfumista, que assumiu a tarefa de procurar, durante a viagem, uma vegetação similar a da Toscana. Encontrou, no sul da França, na região da Provence, a aldeia de Grasse, que viria a se considerada a cidade dos perfumes. A produção de fragrâncias passou a incrementar a economia francesa (em 1850, a cidade já contava com 50 perfumarias) e, pouco mais tarde, conquistou toda a Europa. A arte da perfumaria se desenvolveu e tornou-se cada vez mais popular. Mesmo feita de forma artesanal, firmou seu lugar definitivo como parte dos luxos diários e necessários de mulheres e homens. Isto também devido, em grande parte, aos descuidados hábitos de higiene da época. Os perfumes eram usados em profusão para disfarçar os maus odores.
A França tornou-se, então, referência mundial, com a criação de associações de fabricantes de luvas perfumadas e essências (quem se interessa pelo assunto deve ter visto e apreciado o filme “Perfume: história de um assassino” baseado no sensacional livro de Patrick Süskind, cujo tema - rico em detalhes sobre os antigos processos da fabricação de perfumes - acontece parcialmente em Grasse).
Além do segredo, guardado a sete chaves, das fórmulas utilizadas nas composições, a dificuldade para produzi-las era grande antes da industrialização. Para se ter uma ideia, era necessário armazenar cinco toneladas de rosas para se obter apenas um quilo de óleo e para trinta gramas de solução concentrada de jasmim, era preciso ter um montante de quatro mil quilos de pétalas! 
Data dessa época também a união entre perfumistas e grandes nomes da vidraria como Lalique e Baccarat. Os frascos de perfume que, inicialmente, eram feitos de barro e porcelana também passaram a ter seu valor. As melhores fragrâncias estiveram até em recipientes de cristal, permitindo que o perfume como um todo se tornasse não só um objeto de desejo como também uma obra de arte.
 
 

Fonte da imagem: Google
Fontes das pesquisas: www.perfumepariselysees.com.br/pages/história-do-perfume.html
                                        www.espacodoperfume.com.br

   

 

Por Aline Andra 

  

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